quarta-feira, 17 de maio de 2006

A JSD Silves conseguiu a Primeira Tonelada de Tampinhas

A JSD de Silves tem a comunicar a toda a população do concelho de Silves, que temos 1 Tonelada de Tampinhas de plástico.
Agradecemos desde já a quem nos tem apoiado na recolha, e tem dispendido algum tempo do seu dia-a-dia a esta causa.
Por outro lado gostariamos que, quem necessitasse de uma cadeira de rodas, ou quem conheça quem precisa de uma, entrassem em contacto connosco para podermos entregar a primeira cadeira de rodas no nosso concelho. Poderam-nos contactar através do mail jsd_silves@hotmail.com , ou enviando uma carta com os dados da pessoa para a seguinte morada: Rua Cândido dos Reis, Lote C, Loja B, 8300-103 Silves.

terça-feira, 9 de maio de 2006

Silves volta a mostrar-se aos amantes do todo-o-terreno

O passeio todo-o-terreno «À Descoberta de Silves 2006» vai decorrer no dia 13 de Maio.

Esta é a segunda edição do evento que tem como objectivo mostrar não só as paisagens serranas deste concelho do Barlavento algarvio mas também dar a conhecer os produtos tradicionais locais.

A concentração está marcada para as 8 horas no parque das piscinas de Silves. É deste local que partirão as viaturas 4x4.

Como se trata de um evento de carácter genuinamente lúdico, a circulação das viaturas deverá ser feita a uma velocidade moderada.

Ao longo do percurso haverá paragens para o almoço e também para provar alguns produtos serranos.

A inscrição pode ser feita no próprio dia, no local de concentração ou na Câmara Municipal de Silves, que organiza a iniciativa.

Publicado no Jornal "Barlavento"

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Curso de Medicina Já!

A JSD Algarve, pede a todos vós que subscrevam a petição "Curso de Medicina Já!", e comunicem esta mesma petição aos vossos amigos.

Esta mesma petição já se encontra online no site:

http://www.petitiononline.com/Algarve/petition.html

Suscrevam, pois o contibuto de todos é importante.

Casa de Pasto em plena Serra de Silves para desvendar gastronomia tradicional


A Serra de Silves tem mais uma atracção para cativar o interesse dos turistas que visitam o concelho.

No feriado do 1 de Maio, segunda-feira, vai ser inaugurada a Casa de Pasto Serrana, um espaço dedicado à confecção de gastronomia tradicional da serra algarvia.

Este novo serviço foi criado pela Câmara local, que pretende enriquecer as atracções do Parque Biológico da Serra de Silves, a juntar à Quinta Pedagógica e ao espaço cinegético.

Segundo a autarquia, este espaço pretende proporcionar «momentos gastronómicos tranquilos, onde os cheiros e sabores guardados nas memórias de cada um ganham cor e forma».

Em atmosfera serrana, a Casa de Pasto apresenta-se como um «local calmo e acolhedor», onde é possível «saborear algumas iguarias ou simplesmente desfrutar da natureza e paisagem serrana em que o espaço se encontra inserido».

As refeições devem ser marcadas com um dia de antecedência.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Marcha Lenta

A JSD de Silves comunica à população a realização de uma marcha lenta dia 15 de Abril, Sábado, pelas 16:30 horas com ínicio em São Marcos da Serra (junto ao campo de futebol) e termino em Silves junto ao Centro de Saúde.
O percurso da marcha será IC1, Nó da Estrada Nacional 125, Alcantarilha, Via do Infante e Silves.
O Objectivo desta marcha será efectuar mais uma acção de protesto contra o encerramento do serviço de atendimento permanente (SAP) do Centro de Saúde de Silves no período compreendido entre as 0:00 e as 8:00 horas.
Contamos com a presença de todos vós!

Páscoa Feliz


A JSD de Silves deseja a todos vós uma Páscoa Feliz!
Comam muitas amêndoas.
E não se esqueçam de passar este fim de semana pela Feira do Folar em São Marcos da Serra!

sexta-feira, 31 de março de 2006

«SAP sempre» exigiu população de Silves em vigília

«SAP Sempre». Esta foi a mensagem que os utentes do Centro de Saúde de Silves escreveram com velas no lancil do passeio em frente daquela unidade de saúde, ontem à noite, durante uma vigília.

Na vigília, organizada pela Comissão de Utentes do Centro de Saúde de Silves, participaram cerca de trezentas pessoas.
Os utentes voltaram a protestar, assim, contra o anunciado encerramento, durante a noite, do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) daquele Centro de Saúde.
Hélder Patrão, porta-voz da Comissão de Utentes, disse ao barlavento.online que o objectivo de mobilizar o maior número de pessoas «foi atingido».
Face ao sucesso da iniciativa de quinta-feira à noite, que se segue a outra manifestação em 20 de Janeiro passado e à entrega de um abaixo-assinado com 2300 assinaturas, Hélder Patrão adiantou ao barlavento.online que serão promovidas «mais iniciativas de protesto, todas criativas e dentro da legalidade, independentemente do encerramento» nocturno do SAP avançar, tal como previsto pela Administração Regional de Saúde, até ao final do ano.
O porta-voz referiu ainda que «as visitas de entidades oficiais à nossa zona» serão aproveitadas para os utentes mostrarem o seu desagrado pela posição tomada pelo Governo.
Uma das pessoas participantes no protesto de ontem à noite foi Francisco Lebre, de 76 anos, residente em Alcantarilha e utente do SAP de Silves, que se queixou da distância entre a sua terra e o serviço de urgência mais próximo, em Portimão. «Há pessoas na serra sem transporte, por isso para elas ainda será mais difícil», alertou.
Por sua vez, Cláudia Caetano, de 25 anos, moradora em São Bartolomeu de Messines, avisou que a «população idosa» do concelho e que tem poucas posses financeiras vai ter de «deslocar-se a Portimão ou Albufeira» para receber cuidados médicos.
Hélder Patrão foi mais longe, salientando que «existe população a mais de 40 quilómetros de distância de Silves e que se encontra dispersa e mal servida de acessos». «Como é que essas pessoas vão ter acesso a cuidados de saúde com a rapidez necessária?», interrogou.
O encerramento entre a meia noite e as 8 horas da manhã do SAP de Silves já foi anunciado pela Administração Regional de Saúde (ARS), no âmbito da reestruturação da Rede Nacional de Cuidados de Emergência, e deverá ocorrer até ao final do ano, embora não tenha ainda sido anunciada uma data.
Rui Lourenço, presidente da ARS do Algarve, já tinha afirmado anteriormente que, apesar de compreender que a «população prefira que os cuidados estejam o mais perto possível das suas casas», é «preferível um acesso mais rápido da vítima a serviço com capacidade de resposta técnica».
É que, argumenta a ARS, uma das principais razões para o encerramento do SAP de Silves são as condições para prestar cuidados de urgência, já que «as situações que requeiram atendimento urgente especializado perdem tempo precioso em serviços sem qualificação para a prestação de cuidados de urgência/emergência.».
Por outro lado, segundo o responsável pela saúde no Algarve, em anteriores declarações ao barlavento.online, «em média, durante a noite, o SAP de Silves atende sete pessoas, das quais apenas 1,5 justificam a urgência. Os restantes poderiam ser atendidos no horário programado».
Como as directivas do Ministério da Saúde dizem que devem encerrar todos os SAP que não atendam um mínimo de 10 utentes por noite, o serviço de Silves está na lista negra para encerrar a qualquer momento.
Publicado no Jornal Barlavento

quinta-feira, 30 de março de 2006

100% SAP


100% SAP


A JSD Silves manifesta a sua preocupação com o destino que vai ser dado ao funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Silves. Estando previsto o encerramento nocturno das 0.00 as 8.00 horas.
Por outro lado, congratulamo-nos e apoiamos a mobilização e sensibilização por parte de alguns partidos, no entanto estranhamos a total passividade de outros.
Deste modo apelamos, mais uma vez, à mobilização de todos os utentes a qualquer iniciativa que surja.

JSD SILVES

terça-feira, 21 de março de 2006

Câmara de Silves não aceita encerramento do SAP

A autarquia silvense manifestou-se esta semana contra o encerramento do horário nocturno do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), já confirmado pelo presidente da Administração Regional de Saúde (ARS). Rui Lourenço chegou mesmo a afirmar que a decisão era definitiva, “por razões de ordem técnica e não económica”. Indignada com esta situação, a presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares, enviou uma nota de imprensa à nossa redacção, protestando contra a medida e exigindo que a ARS “crie as condições técnicas para a manutenção do regular funcionamento do SAP”. A autarca recorda que o território do município é vasto, com uma população muito dispersa e envelhecida, “que suporta os custos de uma interioridade agressiva”. “As populações mais distantes, nomeadamente as da longínqua zona da Azilheira, passarão a ter de se dirigir ao SAP de Albufeira”, contesta Isabel Soares. Desta forma, a presidente da Câmara de Silves alerta que esta decisão agride a qualidade de vida das populações, “uma vez que não se levaram em linha de conta as necessidades de assistência de saúde de proximidade, quando, por alegadas razões de ordem técnica, se encerra uma unidade com a importância que tem um SAP, numa região extensa como é o município de Silves”.
publicado no "Jornal do Algarve"

quinta-feira, 16 de março de 2006

Infelizmente o SAP de Silves vai fechar

Infelizmente, e para mal de todos os Silvenses, o SAP de Silves vai fechar no periodo das 00:00 as 8:00 horas. Como muitos, e com razão, afirmam que só podemos adoecer fora dessas horas para que possamos ter assistência médica de uma forma mais rápida e mais perto de nós.

Quem adoecer entre as 00:00 e as 8:00 horas terá de se dirigir às urgências do Hospital do Barlavento em Portimão onde, na melhor das hipoteses, terá uma fila de pessoas à sua frente e poderá morrer antes de ser atendido.


Para se diminuir o défice, roubasse um dos direitos das pessoas que é o direito à saude.

Centro de Saúde de Silves encerra durante a noite



O serviço de urgência do Centro de Saúde de Silves deverá encerrar até ao final do ano, anunciou o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
O encerramento das urgências do Centro de Saúde de Silves levará ao fecho daquela unidade durante a noite.

Em declarações à agência Lusa, Rui Lourenço observou que o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Silves será o único a fechar no Algarve, de acordo com os critérios para o estabelecimento da rede nacional dos cuidados de emergência, que já se encontra encerrada.

"Provavelmente muito antes do fim do ano fecharemos o SAP de Silves", disse, acrescentando que estão garantidas as condições de transporte aos residentes daquele concelho durante a noite, "de forma a que nenhum deles ficará a mais de uma hora de distância" do Hospital do Barlavento Algarvio, situado em Portimão.

O fecho do Centro de Saúde de Silves entre as 0:00 e as 8:00 tem sido contestada pela Câmara Municipal local e por uma comissão de utentes, que a 20 de Janeiro chegou a juntar duas centenas de pessoas em manifestação contra o previsto encerramento.

A 6 de Fevereiro, a mesma comissão entregou na ARS/Algarve um abaixo-assinado com 2.300 assinaturas e foi recebida pelo presidente da instituição.

De acordo com os argumentos da ARS, a média de atendimentos no SAP de Silves durante a madrugada não ultrapassou os sete utentes nos últimos cinco anos, um número inferior ao mínimo de dez imposto pelo Ministério da Saúde.

Segundo Rui Lourenço, desses sete "apenas 1,5 justificavam a urgência, pois os restantes podiam ser atendidos no horário programado".

Na passada segunda-feira, o responsável máximo da ARS/Algarve reuniu-se com a presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares, para esclarecer os objectivos da tutela.

Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, a autarca reiterou a sua posição de que o previsto fecho "lesa profundamente" os interesses da população e "deita por terra" todo o sistema que a Câmara tem vindo a desenvolver nos últimos anos, nomeadamente a criação de um circuito de transporte gratuito ao doente entre os domicílios e o SAP de Silves.

Segundo a nota, a qualidade de vida das populações é assim "liminarmente agredida e menosprezada" quando "por razões de ordem técnica se encerra uma unidade com a importância que tem um SAP, numa região extensa como é o município de Silves".

"Se os motivos que levam ao encerramento do SAP não são económicos mas técnicos, a Câmara de Silves exige que a ARS de Faro crie as condições técnicas para a manutenção do regular funcionamento do SAP de Silves", conclui a Câmara.
publicado no jornal "Observatório do Algarve"

quinta-feira, 9 de março de 2006

Cavaco Silva toma posse


O Presidente da República eleito, Aníbal Cavaco Silva, tomou posse do cargo, esta quinta-feira, numa cerimónia na Assembleia da República (AR) que reuniu cerca de 900 pessoas, entre convidados e altas figuras do Estado, jurando a Declaração de Compromisso pelas 10h00.
A sessão solene de tomada de posse começou pelas 9h00 desta manhã, no hemiciclo de São Bento. Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, abriu a sessão por breves instantes, tendo determinado a sua suspensão para receber o Presidente da República cessante, Jorge Sampaio, o Presidente da República eleito, e restantes convidados.
Pelas 9h05 começaram a chegar ao local os chefes de Estado e representantes de organizações internacionais convidados para a cerimónia de tomada de posse. Cavaco Silva chegou pouco depois das 9h30, sendo recebido pelo Presidente da Assembleia, Jaime Gama.
Antes da chegada do presidente eleito, já se encontravam no local o pai do presidente dos Estados Unidos, George Bush (em representação da administração norte-americana), os príncipes das Astúrias, Felipe e Letícia Ortiz, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, entre muitos outros convidados.
Pelas 10h00 Jaime Gama, presidente da AR, reabriu a sessão solene no hemiciclo, para dar início à cerimónia da tomada de posse, com a leitura da acta de apuramento eleitoral que deu a vitória a Cavaco Silva. Cerca de oito minutos depois, o presidente eleito jurou a Declaração de Compromisso prevista no nº 3 do artigo 127 da Constituição: "Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa". De seguida foi ouvido o hino nacional. Logo depois foi assinado o auto de posse, que se seguiu de uma enorme ovação a Cavaco Silva.
Publicado no jornal "Correio da Manhã"

quarta-feira, 8 de março de 2006

Uma mulher num mundo de homens


Isabel Soares é a única presidente de câmara no feminino, no distrito de Faro. Há mais de oito anos que ocupa este lugar e há quatro que defende a igualdade e os direitos das mulheres no Comité Europeu.

Começou como professora de geografia, sua área de formação, mas a energia e iniciativas não a deixaram passar despercebida. Enquanto estagiária contestava os programas e a forma como se leccionava.

Queria mais do que passar a mensagem dos manuais, levar Portugal e a Europa aos seus alunos. Pioneira na organização de intercâmbios de jovens, Isabel Soares ensaiou alunos, organizou festas com os pais e durante os intervalos das aulas fez doces na cantina da escola para angariar fundos para as viagens.

Envolveu os pais e a comunidade não ficou indiferente à professora de geografia. Aos 37 anos foi convidada para integrar a lista de candidatos a deputados. Na altura, contavam-se apenas duas mulheres em todas as listas do Algarve.

A partir daí não parou e entrou para ficar num mundo que ainda é maioritariamente masculino, o da política. Em 1993 foi candidata à câmara de Silves mas apesar da elevada votação não conseguiu chegar ao lugar de presidente.

Um ano depois figura a lista para as Europeias, em 1995 é uma das caras das eleições legislativas e em 1997 volta a concorrer à presidência da câmara de Silves, lugar que ocupa até hoje.
Foi convidada para encabeçar a lista para as legislativas, ganhou mas não aceitou o cargo por ser presidente da autarquia de Silves, de onde é natural.

Inicialmente não deixou de sentir algumas diferenças por ser mulher, mas rapidamente foram ultrapassadas. “As mulheres têm maior capacidade de sofrimento, de organização e outra sensibilidade”, acrescentou Isabel Soares salientando que não é uma feminista.

Ao longo do seu percurso político não se deparou com muitas situações que a discriminassem, mesmo assim, recorda as primeiras reuniões que teve na Junta Metropolitana do Algarve – AMAL. “Eram só homens e eles ficaram assustados com a presença de uma mulher”, posteriormente foram-lhe confessando que se tinha integrado bem na equipa.

Há quatro anos que integra o Comité Europeu para os Direitos e Igualdades das Mulheres e em 2005 renovou o mandato por mais quatro anos. Apesar da evolução social, a autarca admite que “não há igualdade e a comissão já concluiu isso, só é possível igualar as oportunidades quando se legislar nos sectores laborais”.

Para lá das leis, Isabel Soares incentiva as mulheres a lutarem pelos lugares que ambicionam e não deixarem que os preconceitos camuflados as deixem baixar os braços.
publicado no jornal "Observatório do Algarve"

segunda-feira, 6 de março de 2006

Cavaco Silva: "Tratado Constitucional é impossível de ressuscitar"

O Presidente da República eleito, Cavaco Silva, considera, na sua primeira entrevista após as Presidenciais, que é actualmente impossível «ressuscitar o Tratado Constitucional Europeu» e que a Europa deve cooperar e não ser uma força alternativa aos Estados Unidos.
Em entrevista ao jornal conservador espanhol ABC, Cavaco Silva manifesta-se descrente na recuperação do Tratado Constitucional da UE:«Não creio que neste momento seja possível ressuscitar o texto do Tratado Constitucional, tal como está», afirma Cavaco Silva.
«Mas é um bom ponto de partida para uma nova reflexão que é necessário fazer para conseguir alterações nos tratados», afirmou o presidente português eleito, que toma posse na próxima quinta-feira.
Recorde-se que o Tratado Constitucional da União Europeia, que para entrar em vigor necessita de ser ratificado por todos os 25 Estados-membros, já foi rejeitado, em referendos, em França e na Holanda.

Defesa do centralismo

Na entrevista, surge apenas uma referência a Portugal, com Cavaco Silva a considerar que «a centralização em Portugal prova que é um país com uma forte unidade que não tem problemas linguísticos, étnicos ou religiosos».

Relações transatlânticas

Quanto ao relacionamento entre a UE e os EUA, Cavaco Silva lembra que «partilham valores de civilização comuns» e que o que «une os dois lados do Atlântico é muito mais forte do que aquilo que ocasionalmente os pode dividir».
Como tal, afirma, «a Europa não deve tentar ser uma força alternativa, mas sim cooperar com os EUA», sendo que isso «não quer dizer que tenha que estar de acordo com tudo o que defendem os americanos».

Laços ibéricos

No que toca à política económica ibérica, Cavaco Silva defende um reforço dos laços que unem Portugal e Espanha, considerando que «ainda há mais espaço para aprofundar esse intercâmbio», já que, «se a Europa é cada vez mais um mercado único, também a península Ibérica é cada vez mais um mercado único».

publicado no jornal "Região Sul"

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Achado palácio do Infante

Foi no decurso da abertura de uma vala para a instalação de infra-estruturas de uma casa de chá, dentro do castelo, no âmbito das obras do programa Polis, que surgiu à luz do dia algo suspeito. “Verifiquei que os materiais não eram islâmicos”, salienta a arqueóloga Rosa Varela Gomes, da Universidade Nova de Lisboa, responsável pelas escavações, para quem foi “uma surpresa total” o que veio a ser descoberto.
As escavações revelaram um amplo salão e uma escadaria com siglas iguais às da Sé de Silves, o que indica uma ocupação cristã. Mas há mais: os alicerces são em taipa diferente da islâmica e existe uma abóbada tombada. O palácio teria um piso superior, tendo sido já recolhidas diversas peças, nomeadamente de cerâmica, moedas e fivelas dos séculos XIV e XV. Os materiais são de grande qualidade e muitos importados.
Ao lado da casa, os arqueólogos depararam-se ainda com um lagar “muito bem conservado”. Rosa Varela Gomes afirma que se trata de um importante lagar do século XV.
A conclusão de que o palácio pertenceu ao Infante D. Henrique resulta da circunstância dos vestígios descobertos serem contemporâneos ao período em que ele viveu em Silves. “O Infante foi alcaide de Silves, existindo despachos assinados com a indicação desta cidade. Tendo em conta esse facto, a alcaidaria teria de se localizar dentro do castelo”, refere a arqueóloga.
Para além disso, Gomes Eanes de Zurara, cavaleiro da casa do Infante, escreveu a Crónica da Guiné precisamente em Silves. E há registo de muitos marinheiros oriundos desta zona do Algarve, incluindo Diogo de Silves, descobridor dos Açores.
Rosa Varela Gomes acredita que Silves está ligada “à génese dos Descobrimentos”. O Infante ter-se-á mudado depois para Lagos e Sagres. A arqueóloga refere a necessidade da continuação das escavações.
A presidente da Câmara, Isabel Soares, considera que a descoberta representa “uma importante mais-valia em termos culturais e turísticos para o concelho”.
NECESSÁRIO FINANCIAMENTO
Boa parte da área do palácio do Infante ainda está por escavar, colocando-se agora a questão do financiamento dos trabalhos. A arqueóloga Rosa Varela Gomes esclarece que a estrutura surgiu em resultado das obras do Polis, mas estas não prevêem verba para a continuação das escavações.
A presidente da autarquia, Isabel Soares, assegura, no entanto, que o objectivo é prosseguir os trabalhos, dada a importância do achado. O que está a descoberto será parte do piso superior do palácio, situado à esquerda da porta principal do castelo, que abateu com o passar do tempo. Está ainda por explorar o resto desse piso e a totalidade do rés-do-chão, bem como alguns anexos ao imóvel.
OUTRAS INTERVENÇÕES NA CIDADE
CRIPTA
Outras acções arqueológicas estão em curso em Silves. No próximo mês irá ser efectuada uma prospecção de geo-radar na Sé, com o objectivo de descobrir a entrada da cripta. Neste local já terá estado enterrado D. João II.
POLIS
A zona histórica está em obras, no âmbito do Polis. A presidente da Câmara diz que estarão concluídas até finais de 2007. No castelo serão criados um jardim islâmico e uma casa de chá, sendo recuperada uma cisterna almóada.
ENTRADA
As torres do castelo vão ser musealizadas, recebendo parte dos objectos recolhidos no palácio do Infante. Isabel Soares, presidente da autarquia, revela ainda que será criada uma nova entrada no castelo, pela Porta da Traição.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Silves prepara voluntários para responder a calamidades

A Câmara de Silves anunciou, esta semana, que vai lançar brevemente o projecto “Voluntariado de Protecção Civil”. A intenção da autarquia é criar brigadas de voluntários que possam ajudar as autoridades a responder em casos de eventuais catástrofes. A Câmara de Silves adianta que o concelho tem “as condições naturais para a ocorrências de calamidades”, referindo concretamente a luta contra as cheias e, mais recentemente, contra os incêndios que devastaram grande parte do território. “No caso do concelho de Silves – o segundo maior do Algarve – é conhecida a apetência das pessoas para participar no voluntariado, mas também se sabe que as entidades ligadas à Protecção Civil têm tido alguma dificuldade de proximidade e de diálogo com as pessoas”, afirma a autarquia silvense. Segundo apurámos, os voluntários que participarem neste projecto estarão devidamente identificados e fardados, e deverão estar sempre prontos para qualquer eventualidade que exija a intervenção de brigadas da Protecção Civil.

publicado no "Jornal do Algarve"

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Critério para encerrar urgências passa de 10 para 3 atendimentos

O Ministério da Saúde mudou o critério para encerrar as urgências dos centros de saúde que funcionam das 24.00 às 8.00. A ideia inicial da tutela era fechar por todo o País os Serviços de Atendimento Permanente (SAP) que recebessem menos de dez utentes por noite. Mas esta intenção foi revista para três atendimentos. Na região Centro, por exemplo, o plano inicial implicaria o encerramento de todos os serviços hoje a funcionar.

As mudanças que vão ocorrer na rede de cuidados primários levaram o ministro da Saúde, Correia de Campos, a um périplo de três dias pelo distrito de Viseu, que terminou ontem com uma reunião com todos os presidentes de câmara da região. Uma visita para explicar a autarcas e profissionais de saúde os planos da tutela de pôr fim aos SAP, que será repetida nos próximos meses pelas outras regiões do País.

A oposição local a esta medida faz com que o tema seja de gestão difícil para o ministro, que preferiu não anunciar quantos e quais os centros de saúde na lista de encerramentos, o que só acontecerá quando as soluções estiveram definidas a nível nacional. Mas, em Viseu, deverão ser a maioria dos dez existentes.

O fecho destes serviços não tem, por enquanto, data marcada. Até porque o Governo garante que nada será fechado sem que haja alternativas em funcionamento. Estas novas soluções ainda estão a ser pensadas e vão passar pela criação de uma rede de Urgências Básicas para substituir os SAP. Estas urgências, de primeira linha, funcionarão apenas em centros de saúde que obedeçam a critérios de qualidade mais apertados do que os actuais equipas de dois médicos e dois enfermeiros e aparelhos de diagnóstico e análises para evitar o encaminhamento dos doentes menos graves para as urgências hospitalares. Além deste nível de atendimento, serão reorganizadas as urgências hospitalares em dois grupos: polivalentes (as mais completas) e medico-cirúrgicas (intermédias).

Os dez SAP do distrito de Viseu atendem 28 pessoas por noite. O que representa uma percentagem de 2,8 doentes vistos por cada unidade entre as 24.00 e as 8.00. Há mesmo unidades, como a de Armamar, que atendem apenas um doente e que integram o lote de encerramentos quase certos.

Contudo, o número de utentes é apenas um dos pontos tidos em conta para o encerramento, que será cruzado com a distância, a acessibilidade e o transporte de ambulâncias. Mesmo fechando serviços, a tutela assegura que ninguém ficará com uma urgência a mais de 60 minutos de distância.

O ministro considera que muitos dos actuais SAP são "uma falsa segurança para as populações" e uma despesa injustificada para o Estado. Além disso, diz, na prática não são mais do que um prolongamento do horário de consultas normal para quem não consegue ser visto pelo médico durante o dia. E uma forma de consumir os recursos humanos destas unidades, a maioria com um número reduzido de médicos em idade perto da reforma. A reconversão de alguns centros em Unidades de Saúde Familiar (mais pequenas, com horários alargados e um pagamento aos médicos por doentes atendidos) deverá, segundo o governante, resolver esta questão.

"Há 11 centros de saúde sem SAP em Viseu e as pessoas não são mais mal atendidas", defendeu também o presidente da Administração Regional do Centro , Fernando Regateiro, sublinhando que hoje se "confunde urgências com atendimento permanente" e que o objectivo é melhorar a qualidade.

Mas a ideia está longe de colher a aprovação da população e dos autarcas, apostados agora em conseguir assegurar um novo serviço de urgência básica para as suas cidades. O presidente da Câmara de Vouzela, um dos locais visitados por Correia de Campos, é um deles. Armindo Ferreira considera que a medida "só pode agravar a situação das pessoas" e que se trata "de uma desconsideração" para com a cidade.

Em Viseu, a Comissão de Utentes da Saúde está já a promover um abaixo-assinado para entregar na Assembleia da República. Segundo a representante deste movimento, Helena Neves, "a população é envelhecida e não tem forma de se deslocar para outros locais". O abaixo-assinado conta já com 2200 subscritores, mas "serão muito mais", garante.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Governo “ignora” autarcas do PSD/Algarve

Quatro presidentes de câmaras municipais algarvias, todos eles sociais-democratas, solicitaram audiências com o Governo durante o ano passado, tendo sido todas elas “ignoradas”. A acusação partiu do PSD/Algarve, este mês, que descreve a atitude do governo socialista como “pouco democrática”. O autarca social-democrata que lidera a lista dos “mais ignorados” é Desidério Silva (Albufeira), que alegadamente pediu três audiências com o secretário de Estado adjunto da Administração Interna, uma com o secretário de Estado dos Transportes, uma com o secretário de Estado do Turismo e uma com o ministro do Ambiente. No entanto, todas elas não terão obtido qualquer resposta por parte do Executivo. Quem também teve a mesma sorte foi o presidente da Câmara de Loulé, Seruca Emídio, que terá solicitado duas vezes audiências com o secretário de Estado do Turismo. Por sua vez, o PSD/Algarve alega que Isabel Soares, da Câmara de Silves, solicitou audiências com o ministro das Obras Públicas e com o ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, mas o sucesso foi o mesmo, ou seja, nenhum. Os sociais-democratas frisam ainda que a Câmara de Vila Real de Santo António terá solicitado uma audiência com o secretário de Estado da Administração Local. “Este comportamento evidencia uma discriminação relativamente aos autarcas socialistas algarvios. O PSD/Algarve apela ao sentido de Estado e de isenção do primeiro-ministro, para colocar os seus ministros dentro da ordem democrática e republicana”, concluíram.

Publicado no "Jornal do Algarve"

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Cavaco ganha à primeira

Aníbal Cavaco Silva foi ontem eleito Presidente da República à primeira volta, obtendo 50,6% dos votos.

Manuel Alegre foi segundo, com 20,7%, a grande distância de Mário Soares, apenas terceiro, com 14,3, confirmando a generalidade das últimas sondagens. Jerónimo de Sousa teve 8,6%, bem à frente de Francisco Louçã (5,3%) e Garcia Pereira (0,4%). A abstenção ficou nos 37,7% – em 1996 (Sampaio-Cavaco) fora de 33,3%. Faltava ainda terminar o escrutínio em Algés (Lisboa), e houve um boicote em Passos, Cabeceiras de Basto, e o roubo dos cadernos eleitorais no Pinhão, concelho de Alijó, que vão a votos amanhã.

Só depois das 22h30 é que Cavaco apareceu a ler a sua declaração no Centro Cultural de Belém. “Quero ser, e serei, o Presidente de todos os portugueses”, disse, depois de afirmar que “a eleição acabou e com ela a maioria que me elegeu”. Mais à frente, ouvido quase em silêncio pelos apoiantes, Cavaco disse que quer o desenvolvimento “que só é económico para ser social”, sublinhando o valor da estabilidade política e do diálogo “para planear e tomar decisões”.

A vitória de Cavaco, que os estudos de opinião à boca das urnas avançados pelas três televisões às 20h00 já davam como certa (a da RTP era a menos clara e apontava 49 a 54%), acabou por ser anunciada por Mário Soares, às 21h36, no Hotel Altis, em Lisboa: “O prof. Cavaco Silva foi eleito à primeira volta com maioria absoluta. Resta-me felicitá-lo, o que já fiz pelo telefone”. A essa hora ainda havia dúvidas, porque o primeiro candidato do centro-direita a ser eleito Presidente após o 25 de Abril o acabou por ser com quase os mesmos votos (ou até um pouco menos) com que Freitas do Amaral perdeu para Mário Soares em 1986 – cerca de 2,8 milhões. Aliás, com 0,79% de votos nulos e 1,06% brancos, a eleição ficou decidida ontem porque só contam os votos nos candidatos.

A noite ficou marcada pela derrota de Mário Soares, o candidato do PS, e a última desfeita ao rebelde Manuel Alegre foi o facto de José Sócrates ter começado a falar ao mesmo tempo que Alegre lia a sua declaração, pelo que as televisões ignoraram o último. Muitos entenderam o caso como uma maldade do primeiro-ministro. Os assessores explicaram depois que Sócrates não sabia que Alegre falava na mesma altura.

RESULTADOS NACIONAIS:

CAVACO SILVA, 2 753 511 VOTOS, 50,60%

MANUEL ALEGRE, 1 126 633 VOTOS, 20,72%

MÁRIO SOARES, 780 631 VOTOS, 14,34%

JERONIMO SOUSA, 467 146 VOTOS, 8,59%

FRANCISCO LOUÇÃ, 288 597 VOTOS, 5,31%

GARCIA PEREIRA, 23 718 VOTOS, 0,44%

CONCELHOS APURADOS: 306

FREGUESIAS APURADAS: 4258

INSCRITOS: 8 830 706

VOTANTES: 5 529 117

ABSTENÇÃO: 37,39

publicado no jornal "Correio da Manhã"

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Cavaco Silva quer “Portugal no pelotão de desenvolvimento da União Europeia”

Cavaco Silva escolheu o seu concelho Natal, Loulé, para deixar uma mensagem positiva em relação ao futuro do país e para mobilizar todos os portugueses para o desafio de tornar “2006 no ano de viragem”. Intitulando-se como a “escolha certa”, Cavaco sublinhou que pretende ser um “presidente activo”.

Aplaudido à chegada por mais de 1300 conterrâneos o algarvio, natural de Boliqueime, manifestou a sua disponibilidade em ajudar a resolver “a crise de confiança que abala os portugueses” e estar empenhado em “colocar o país novamente no caminho progresso e da prosperidade, aproximando-o do primeiro pelotão de desenvolvimento da União Europeia”.

“Parece que Portugal está envolvido numa teia de problemas e o Presidente da República pode ajudar a desatar este nó que nos bloqueia e amarra. Um Presidente da República pode ajudar a ultrapassar esse estado de espírito e ajudar a combater os pessimismos, os desânimos, as descrenças e mobilizar os portugueses para o desafio do futuro”, frisou.

Falando da falta de competitividade de Portugal a nível internacional, Cavaco Silva sublinhou que tem muito orgulho em ser português e não se “conforma com uma situação em que nos atrasamos, em cada ano, num nível de desenvolvimento em relação à nossa vizinha Espanha”.

Cavaco sublinhou que “os portugueses precisam de um Presidente da República activo e empenhado. Com os tempos difíceis que vivemos não podemos estar resignados e convencidos que não se pode fazer nada para alterar esta situação. O Presidente da República tem de ser o primeiro na linha da frente a tentar mobilizar todos os portugueses”, sublinhou o candidato.

Destacando que defende a estabilidade o candidato social-democrata mostrou-se empenhado na cooperação com o Governo para a resolução dos problemas que afectam o país. As questões sociais, da educação, da saúde e da economia não ficaram esquecidas e foram bastante focadas durante o jantar ao qual assistiram a maioria dos presidentes sociais-democratas algarvios.

“Se for eleito Presidente da República empenhar-me-ei fortemente na valorização dos nossos recursos humanos. Sei muito bem como a educação é decisiva para que os nossos jovens possam enfrentar as dificuldades neste mundo complexo e de globalização. Tenho manifestado a minha preocupação em relação à pobreza infantil. Tenho manifestado a minha disposição para lutar contra o abandono escolar e contra o insucesso escolar. Quero trabalhar por Portugal e ajudar os portugueses a escolher o caminho certo”, concluiu.

publicado no "jornal Região Sul"