sábado, 10 de dezembro de 2005

SAP de Silves com os dias contados


O Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do Centro de Saúde de Silves vai fechar. A população promete uma manifestação em defesa de um direito adquirido.

Os critérios de avaliação no âmbito da requalificação dos meios de emergência apontam para o encerramento Centro de Saúde de Silves, unidade onde decorrem em média sete atendimentos por noite (24h às 8h) e, ainda no mesmo período, uma média de 1,7 accionamentos de ambulâncias INEM por dia, apurou o Observatório do Algarve junto de fonte do Ministério da Saúde (MS), que garantiu ser "inevitável o encerramento".

Relativamente aos critérios definidos pela Comissão de Trabalho responsável pelo estudo, servirão de base ao MS, que terá a última palavra. Os indicadores apontam para o fecho de urgências desde que a média seja menos de dez utentes por noite, no caso dos centros de saúde, e de 25, no caso dos hospitais.

Outro dos critérios pretende que qualquer utente esteja servido de uma urgência a menos de 60 minutos. Dos 450 mil pessoas a mais de uma hora de distância de um centro de saúde a funcionar em horário nocturno, cerca de 20 mil estão no Algarve, segundo revelou a mesma fonte ao Observatório do Algarve, localizando-as no “interior de Loulé, Alcantarilha e S. Marcos da Serra (Silves)”.

Aquelas que se designarão de Unidades Básicas de Urgência (UBU) terão ainda como critério, estar apetrechadas de diverso equipamento considerado indispensável (raio X, análises clínicas, electrocardiograma desfibrelhador), além de dois médicos e dois enfermeiros no mínimo.

“Três (Vila Real de S. António, Loulé e Albufeira) dos quatro centros de saúde com SAP têm garantias de não encerrar, bastará reajustar alguns equipamentos que terão em falta”, clarificou a fonte do MS, garantindo que está em estudo com o INEM, “assegurar eficientemente a prestação de cuidados de saúde de emergência às populações a mais de uma hora de um centro de saúde”.

O Observatório do Algarve soube ainda que as viaturas do INEM instaladas em Albufeira, onde estão desde o Euro 2004, “serão para se manter e até reforçar, de forma a dar resposta às emergências do interior de Silves, Almodôvar e Castro Verde (onde não há serviço de INEM)”.
Por seu turno, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), Rui Lourenço, não confirmou o encerramento do Centro de Saúde de Silves, mas “disse conhecer os critérios para criação das UBU e a situação está a ser avaliada”.

“Antes de se proceder a qualquer fecho ter-se-á uma conversa com os municípios e terão de existir alternativas”, concluiu.

A presidente da Câmara Municipal de Silves, Isabel Soares, por sua vez, disse ao Observatório do Algarve que está “muito insatisfeita pelo possível encerramento do SAP”, e que terá já dado conhecimento disso a diversas entidades do Governo.

“Não compreendo quando foi o governo PS há seis anos que reconheceu a necessidade do SAP e agora é a mesma cor que o fecha”, lamentou.

Não põe de parte a possibilidade de se juntar à manifestação prometida pela população às portas do Governo Civil de Faro.

Estas iniciativas do governo serão explicadas aos utentes através de uma campanha nacional a lançar em Janeiro, com o tema "Tempo e competência são vida".

A Unidade Básica de Urgência (UBU) é uma unidade integrante dos centros
de saúde definidos segundo o Decreto-Lei n.º 157/99, de 10 de Maio, presta cuidados de carácter urgente, articulando-se com a Rede Hospitalar de Urgência/ /Emergência, e faz parte do Sistema Integrado de Emergência Médica.

As Redes de Referenciação Hospitalar (RRH) são sistemas através dos quais se pretende regular as relações de complementaridade e de apoio técnico entre todas as instituições hospitalares.
Deste modo pretende garantir o acesso de todos os doentes aos serviços e unidades prestadores de cuidados de saúde, sustentado num sistema integrado de informação interinstitucional.

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