quinta-feira, 16 de março de 2006

Centro de Saúde de Silves encerra durante a noite



O serviço de urgência do Centro de Saúde de Silves deverá encerrar até ao final do ano, anunciou o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
O encerramento das urgências do Centro de Saúde de Silves levará ao fecho daquela unidade durante a noite.

Em declarações à agência Lusa, Rui Lourenço observou que o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Silves será o único a fechar no Algarve, de acordo com os critérios para o estabelecimento da rede nacional dos cuidados de emergência, que já se encontra encerrada.

"Provavelmente muito antes do fim do ano fecharemos o SAP de Silves", disse, acrescentando que estão garantidas as condições de transporte aos residentes daquele concelho durante a noite, "de forma a que nenhum deles ficará a mais de uma hora de distância" do Hospital do Barlavento Algarvio, situado em Portimão.

O fecho do Centro de Saúde de Silves entre as 0:00 e as 8:00 tem sido contestada pela Câmara Municipal local e por uma comissão de utentes, que a 20 de Janeiro chegou a juntar duas centenas de pessoas em manifestação contra o previsto encerramento.

A 6 de Fevereiro, a mesma comissão entregou na ARS/Algarve um abaixo-assinado com 2.300 assinaturas e foi recebida pelo presidente da instituição.

De acordo com os argumentos da ARS, a média de atendimentos no SAP de Silves durante a madrugada não ultrapassou os sete utentes nos últimos cinco anos, um número inferior ao mínimo de dez imposto pelo Ministério da Saúde.

Segundo Rui Lourenço, desses sete "apenas 1,5 justificavam a urgência, pois os restantes podiam ser atendidos no horário programado".

Na passada segunda-feira, o responsável máximo da ARS/Algarve reuniu-se com a presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares, para esclarecer os objectivos da tutela.

Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, a autarca reiterou a sua posição de que o previsto fecho "lesa profundamente" os interesses da população e "deita por terra" todo o sistema que a Câmara tem vindo a desenvolver nos últimos anos, nomeadamente a criação de um circuito de transporte gratuito ao doente entre os domicílios e o SAP de Silves.

Segundo a nota, a qualidade de vida das populações é assim "liminarmente agredida e menosprezada" quando "por razões de ordem técnica se encerra uma unidade com a importância que tem um SAP, numa região extensa como é o município de Silves".

"Se os motivos que levam ao encerramento do SAP não são económicos mas técnicos, a Câmara de Silves exige que a ARS de Faro crie as condições técnicas para a manutenção do regular funcionamento do SAP de Silves", conclui a Câmara.
publicado no jornal "Observatório do Algarve"

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