sexta-feira, 16 de março de 2007

Uma viagem pelo rio Arade, de Portimão a Silves


Subir, num pequeno barco, o Rio Arade de Portimão a Silves é uma experiência que enriquece sentidos e saber. Venha navegar em águas e seguir percursos que as voltas da história tornaram importantes e que, mais tarde, quase esqueceram.

“O rio de Portimão, ou Arade, é formado pela confluência com o rio de Silves, junto da pequena ilha do Rosário, das ribeiras de Bóina e Odelouca, que descem da serra de Monchique. Deve-se subi-lo no começo da enchente e descê-lo no princípio da vazante” aconselha Raul Proença no Guia de Portugal.


De facto, até ao princípio do século XX o rio Arade era a “autoestrada” de Portimão a Silves. Sem outro tipo de comunicação, o rio manteve Silves em contacto com o mar e o porto de Portimão enquanto este teve importancia económica. Já nos séculos XI e XII, quando Silves, no seu apogeu, era a “Bagdad do Ocidente” o Arade foi local de passagem obrigatório. As barcaças subiam até às portas da cidade carregadas de mercadorias para os bazares.

Na segunda metade do século XIX, Silves foi um grande centro produtor de cortiça e as barcaças cheias de cortiça faziam o transporte até à foz. Depois, veio o assoreamento e a perda de importância como via de comunicação.

Hoje, confrontamo-nos com doses maçiças de poluição que afastam garças e cegonhas, limícolas (maçaricos reais e pernalongas), e até gaivotas que chapinham nestas águas quase mortas.


A descarga de águas de indústrias, mais concretamente a última ocorrida ainda há poucas semanas, de uma fábrica de sumos, levou a aportar a Silves, muitos cágados e tainhas mortas...

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